Skip to main content
 

Fine Art

Segundo o Conselho de Fine Art da Universidade de Iwoa – USA, as artes plásticas são aquelas que enfatizam conceito estético sobre a aplicação prática.

As cinco principais artes plásticas, corrobora Clicio Barroso Filho, foram, originalmente, a pintura, escultura, arquitetura, música e poesia, as quais, todavia, evoluíram afim de incluir muitas outras formas como o teatro, a dança, a caligrafia, a fotografia e a gravura. As Belas Artes abrangem tanto obras bidimensionais de arte como as ilustrações, pinturas e desenhos, mosaicos, gravuras e fotografia, quanto as obras tridimensionais de arte representadas pela escultura. Outras formas de arte estão relacionadas com a dança, o teatro e o cinema.

Como se vê, a fotografia compartilha a mesma sintaxe aplicada às belas artes e o domínio desta linguagem, em última análise, é o que distingue o fotógrafo/artista dos indivíduos que acionam o clique. Com efeito, o fotógrafo Alfredo Sabbatini (Maison Sabbatini – Milano/IT), refere-se à fotografia como a escrita e representação das próprias visões, exercícios para abrir-se à fantasia e criar empatia com os diversos elementos. Ora, embora o olhar, o timing e a tecnologia sejam, em termos, suficientes a causar deslumbramentos através da fotografia, o diálogo artista-público exige o respeito não apenas aos mecanismos, mas, sobretudo, a gramática sobre a qual descansará a poética visual e que, no caso da Fine Art, inclui sua forma de apresentação, ou seja, seu acabamento.

São muitas as interpretações dadas à expressão Fine Art Photography, isso em razão da ausência de um conceito internacional homologado acerca deste tema; todavia, dos elementos consensuais que integrariam sua definição resulta, em suma, um processo de elaboração imagética compreendendo desde a concepção autoral até o acabamento final, voltado à sua perfeita harmonia com ambientes a que se destinam.

Cumpre-nos ponderar, neste sentido, que a validação da obra no mercado (presente e futuro) e a valorização dos entes envolvidos em sua composição (fotógrafo e  impressores), corresponderão, tanto quanto, à qualidade dos materiais (papel fine art, tintas, molduras, cantoneiras, fitas, foam board) e dos instrumentos (impressoras e ambiente), à qualificação dos profissionais e ao rigoroso respeito à técnica exigida em cada fase. Uma impressão Fine Art é aquela que reproduz com fidelidade sua origem e oferece, através de certificações, garantias ao seu adequado usufruto por longo período de tempo e de acordo com as expectativas de cada adquirente (decoração, exposição, coleção, presente especial, investimento).

É importante ressaltar que o padrão técnico de excelência é fundamental, porém este não substitui a criatividade que o autor impõe à imagem, não substitui a importância da obra transformadora, da obra que pelo seu impacto social político, estético, pela emoção que causa, e que desta forma, enfim, poderá se tornar obra de referência. É da integração destes aspectos que permitirá à Fine Art Photography ganhar o devido valor na medida em que apresentados da forma mais perfeita possível.

Embora fundamental neste seguimento, o padrão técnico de excelência não substitui a criatividade do autor, tampouco seu impulso transformador, seja através do impacto social, político, estético, seja pelas emoções e reflexões que sua obra desperta, capazes de erigi-la à condição de referência. É da integração destes aspectos que resultará o real valor de uma obra de Fine Art Photography. Há que se ter em mente, diante deste contexto, a lição de Boris Kossoy, expressa em Os Tempos da Fotografia: O Efêmero e o Perpétuo: “é necessário que se compreenda o papel cultural da fotografia: o seu poderio de informação e desinformação, sua capacidade de emocionar e transformar, de denunciar e manipular. Instrumento ambíguo de conhecimento, ela exerce contínuo fascínio sobre os homens. (…) O papel cultural das imagens é decisivo, assim como decisivo são as palavras. As imagens estão diretamente relacionadas ao universo das mentalidades e sua importância cultural e histórica reside nas intenções, usos e finalidades que permitem sua produção e trajetória. Toda fotografia resulta de um processo de criação; ao longo desse processo, a imagem é elaborada, construída técnica, cultural, estética e ideologicamente”.

Ao fotógrafo de Fine Art, pois, não basta capturar um grande momento: é necessário conferir-lhe o tratamento que sua eternização exige e, ao público, compete a crítica, a aceitabilidade e a escolha se assim lhe convier.